Regulamento Geral Proteção Dados
O novo Regulamento Geral Proteção Dados (RGPD) foi uma reação surpreendente, e a todos os títulos meritória, da União Europeia perante o escândalo que envolveu o Facebook e a Cambridge Analytica, e que comprometeu a privacidade de milhares de utilizadores, com os contactos, dados biométricos e outros dados pessoais a serem usados em estudos de mercado, campanhas publicitárias e até campanhas eleitorais (como parece ter sido o caso da campanha que levou à reeleição de Donald Trump).
Claro que podemos sempre pensar, no que estará por detrás de tal prontidão na ação/reação (normalmente tardia), com a imposição do novo Regulamento Geral Proteção Dados, da UE. Não nos devemos esquecer que o Reino Unido está de saída e é necessário encontrar as tais receitas que permitam tapar o buraco financeiro deixado pelo Brexit. Com as gigantes Google e Facebook ali mesmo à mão e a deslocarem escritórios do Reino Unido para países da UE, esta é uma ocasião de ouro para matar dois coelhos com uma cajadada só – meter na ordem as gigantes tecnológicas e tratar das finanças caseiras.
É certo que esta polémica em torno da proteção de dados, teve duas grandes vantagens:
- Consciencializar o cidadão para a importância do seu direito à privacidade
- Introduzir regras na recolha e tratamento de dados, salvaguardando os superiores interesses do cidadão
Acredito que estamos todos mais conscientes; no entanto, contrariamente ao que cantava o saudoso Jim Morrison dos Doors em The end:
“this is the end my friend !”
isto não é o fim, o festim vai continuar com outros contornos – quiçá mais graves – pois a tendência é a de cada um de nós necessitar cada vez mais de informação para organizar o seu dia-a-dia, só disponível online e apenas se assinalar-mos a tal caixinha de concordância com a Política de Privacidade; e porque a paciência nos falta, ou lemos cada vez menos, ninguém irá perder tempo a ler textos enormes de Declaração de Privacidade, muitas vezes dúbios, para decidir se justifica perder um pedacinho da sua privacidade em troca da informação que precisa; lá se vai de novo a consciência do que estamos a permitir e toca a concordar que estamos com pressa.
Protegermos-nos ganha então um novo sentido e importância; aceder à Internet ou a uma App, no PC, no Smartphone ou no Telemóvel, significa SEMPRE uma perda de privacidade e que alguém, algures, irá recolher os nossos dados.
A forma mais eficaz de proteção, é então o uso de um VPN, na nossa navegação diária, pois só assim evitaremos a partilha irrefletida ou acidental dos nossos dados. Conheça aqui os melhores VPN’s de 2018,para começar a navegar sem preocupações!
Já no que se refere às novas regras no tratamento de dados o impacto, apesar de grande para as organizações e empresas que tiveram de alterar a forma de tratar enormes quantidades de dados em tempo recorde, teve um efeito de levantamento de impunidade – o que é sempre saudável. Foram criadas novas abordagens de segurança, e responsabilização intensificando-se o uso de criptografia necessária à encriptação de dados, para os salvaguardar de eventuais fugas e utilização não autorizada em caso de acesso abusivo por pessoal não autorizado ou exterior às organizações e empresas.
Há males que vem por bem, e este parece ter sido um deles!
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